Insónia | Causas e Tratamento

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Insónia, dormir pouco, acordar durante a noite ou acordar muito cedo são muitas vezes considerados como o mesmo distúrbio do sono.

Insónia pode definir-se como uma queixa subjetiva de não dormir o suficiente, existindo sintomas diurnos atribuídos à falta de sono. A insónia pode ser considerada como

Insónia aguda se dura no máximo 3 meses;

– Insónia crónica se ocorre mais de 3 vezes por semana e por 3 ou mais meses.

Quando falamos de insónia estamos a dizer que não se consegue dormir o suficiente apesar de existirem todas as condições para tal ocorrer

Não se deve confundir insónia com privação do sono (dormir pouco) caso em que não se dorme por opção, seja ou não voluntária.

Quando dar importância aos sinais de insónia?

Atendendo a que nem todos têm conhecimentos médicos suficientes para uma avaliação mais correta, sempre que os sinais de insónia se mantêm por algumas semanas ou comecem a surgir sintomas diurnos secundários ao sono de má qualidade, deve recorrer-se à consulta do sono.

Os sintomas de insónia podem ocorrer no adormecer, durante o período do sono, no acordar e durante o dia.

Recorrer à consulta do sono pode muitas vezes prevenir a cronicidade do distúrbio agudo ou eliminar a insónia crónica.

Consulta do Sono​

Na consulta do sono, o médico do sono irá colher uma história pessoal e familiar, atual e anterior, irá tentar ajudar o paciente a encontrar fatores pessoais predisponentes e fatores precipitantes bem como prevenir fatores perpetuantes.

Fará o diagnóstico diferencial com outros distúrbios do sono, assim como com outras patologias médicas e/ ou psíquicas que podem manifestar-se numa primeira fase só pelo mau dormir ou dormir pouco.

Na consulta do sono poderá ser necessário pedir exames complementares com ligação direta ou indireta com distúrbios do sono. Nestes, podem estar incluídos exames de sangue, de imagiologia, função pulmonar, entre muitos outros.

Em algumas patologias é mandatória a realização de estudos do sono tais como Polissonografia de diferentes níveis, exames para a suspeita de hipersonolência, síndrome de pernas inquietas ou outros.

No final da consulta o médico, tentará explicar ao paciente o que encontrou e o porquê do seu diagnóstico ou suspeita de diagnóstico e discutirá com o paciente a ou as propostas de exames e/ ou tratamentos.

Exames complementares para estudo do Sono

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Polissonografia (PSG)

É um estudo do sono muito completo, realizado durante toda a noite de sono, no qual se registam dados de eletroencefalograma, eletrocardiograma eletromiogramas, oculograma, saturação oxigénio, CO2, movimentos torácicos e abdominais, respiração, movimentos das pernas, entre outros. 

Teste de latências múltiplas do sono

O paciente, no dia imediatamente a uma PSG e sem sair do laboratório, faz 4 ou 5 provas em que tentará adormecer. Ficará registado quanto tempo demorou a adormecer e as fases do sono que ocorrem nos primeiros 15 a 20 minutos.

Teste manutenção de vigília

Tem como finalidade avaliar a capacidade da pessoa para se manter acordada. 

Faz-se também no dia imediatamente a seguir a uma PSG, iniciando-se 2 a 3 horas após o sono da noite. O paciente deve tentar manter-se desperto num ambiente escuro, calmo e relaxado Quando se inicia a prova deve aguentar acordado nos 20 a 40 minutos seguintes.

Estudo para avaliação de pernas inquietas

Usa-se o eletromiograma dos membros inferiores para registar movimentos simples ou periódicos dos membros inferiores.

Actigrafia

Monitoriza e grava o comportamento da pessoa quanto em atividade assim como durante as horas de sono. Existem aparelhos de pulso mais ou menos sofisticados e que podem ser úteis para valiar comportamentos usuais da pessoa.

O que fazer antes de ir à consulta?

Toda a ajuda da parte do paciente é crucial. É importante que reveja todos os sintomas que relaciona com a insónia, início, tratamentos médicos ou automedicação e história familiar.

Deverá tentar fazer um diário do sono, que basicamente consiste em anotar diariamente as horas de ir para a cama, aproximadamente quanto tempo demora a adormecer, início e fim do primeiro sono, tempo dos sonos seguintes, dificuldade em readormecer, hora de acordar, medicações e horas, quando vai urinar durante a noite. Este diário deve também incluir horas de trabalho e ocorrência de períodos de stress diurnos.

Poderá responder a um ou mais questionários do sono que poderão ajudar não só na consulta mas também ajudar o próprio a identificar factos relacionados com as queixas do sono e que não tido relacionados com o mesmo.

Deverá tentar: 

  • Encontrar no tempo o início dos sintomas e rever se coincidiu com algum acontecimento importante.
  • Encontrar situações que agravaram ou mantiveram a insónia. 
  • Saber se, na família mais direta, existem distúrbios do sono ou outras doenças.
  • Procurar saber como foi a infância e adolescência, não só em relação ao sono mas também no que diz respeito a outros fatores, físicos, psíquicos ou emocionais. 
  • Anotar todos os medicamentos ou substâncias que tenha usado ou use, assim como as doses e resultados obtidos.

Não hesite em levar uma folha com todas as anotações. 

Quais os tratamentos possíveis?

Após o diagnóstico e sempre tendo em conta que o objetivo é “tratar o doente e não uma doença” o médico prescreverá um tratamento que poderá ser:

  • Simples medidas de higiene do sono.
  • Se não for suficiente começará, sempre que possível, tratamentos não farmacológicos
  • Os tratamentos farmacológicos serão sempre a última opção, se as opções anteriores não forem suficientes e o médico prescreverá os mais indicados para a situação específica, na dose indicada e tendo em conta a situação médica, psíquica, familiar, profissional e social do paciente, pois todos esses fatores influenciam o resultado.

 O sucesso do tratamento passa em grande medida, para além de ser o indicado, pela atitude do paciente. Assim, deve entender o porquê do mesmo, ter uma atitude positiva e, fundamentalmente, querer cumprir e querer melhorar. 

É importante salvaguardar que qualquer tratamento deve ser descontinuado se surgir alguma complicação não prevista e o médico deve ser informado o mais rapidamente possível.

Não existem tratamentos garantidos.

É absolutamente fundamental que o paciente efetivamente queira melhorar.

Em alguns caso os pacientes, querendo obviamente acabar com a insónia, esperam na realidade o “comprimido milagroso”.

Todos os estudos indicam que a farmacologia para a insónia deve ser provisória (cerca de 4 semanas) e que isoladamente tem menos efeitos positivos.

 

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