Conceitos errados
A avaliação do sono como bom ou mau nem sempre se aproxima da realidade.
Dormir profundamente com ressonar “que até os vizinhos ouvem”, dormir mais de 9 horas, não acordar mesmo quando chamado, são situações consideradas como um bom sono, muitas vezes erradamente.
Sentir que pode dormir facilmente a qualquer hora e em qualquer local não é sinal de dormir bem.
Controlo e regulação do sono.
Dormir é um estado fisiológico altamente complexo que influencia todas as atividades do ser humano e é influenciado por essas mesmas atividades.
O controlo de todas estas atividades, sejam fisiológicas, profissionais, familiares ou sociais está centrado no cérebro, com reajustes dependentes direta ou indiretamente de variações intra e/ou extracorporais.
A atividade do cérebro não para durante o sono; calcula-se que o cérebro, durante a noite, chega a ser responsável por cerca de 25% do gasto total de energia.
Funções como memória, humor, capacidade de relacionamento, atividade sexual, capacidade inventiva, sistema imunitário, são, entre muitas outras, dependentes de um bom sono.
Sinais de alarme
Todas as funções do ser humano são direta ou indiretamente influenciadas pelo sono, sendo o inverso também verdade.
Quando avaliamos “o sono de alguém” teremos de ter em conta os sinais e sintomas durante o período de sono e durante dia: a história clínica, pessoal e familiar, hábitos do paciente, bem-estar pessoal, social, profissional e familiar.
Não é crucial dormir 8 horas seguidas, mas há um mínimo aconselhável de 5 – 6 horas, dependendo da idade, sexo e história pessoal e familiar.
Algumas condições devem ser consideradas como alertas pois podem ser causa ou consequência de um mau sono, ou agravadas pelo mesmo, como por exemplo cefaleias matinais, cansaço e/ou sonolência diurna, excesso de peso, diminuição de capacidade de memória, irritabilidade fácil, depressão, ansiedade, inadaptação a turnos de trabalho, doenças neurológicas ou outras, anomalias anatómicas.
Quando consultar um especialista em sono
Sempre que sentimos um “mau estar” que pensamos estar ou poder estar relacionado com o sono devemos consultar um especialista. É importante que não se deixem passar semanas desde o início dos sinais e sintomas suspeitos.
Adiar o diagnóstico e possível tratamento pode não só dificultar a resolução do problema como transformar uma situação aguda em crónica ou obrigar ao uso de fármacos.
Os distúrbios do sono são, na maioria dos casos, tratáveis mais facilmente e com menos consequências negativas, se diagnosticados precocemente.
