A quantidade, juntamente com a qualidade, são dois fatores cruciais na avaliação do sono.
A quantidade média de sono varia não só com a idade e género, mas também de pessoa para pessoa e na mesma pessoa. Aceita-se como média usual cerca de 7 a 8 horas no adulto jovem saudável.
Quando se avalia uma alteração na quantidade de sono temos sempre que considerar a sua duração. Não é igual avaliar uma queixa de falta de sono ou de sono a mais que se iniciou há 2 semanas ou a mesma queixa com início há meses ou anos.
Variações na quantidade de sono
Pode haver uma queixa de:
– Sono demais – Hipersonolência
– Falta de sono – Insónia (ver artigo).
Tipos de hipersónia
A. Primária (central)
- Idiopática
- Narcolepsia I e II
- Síndrome de Klein Levin
B. Secundária:
- Problemas médicos (falta de ferro, hipertiroidismo entre outros)
- Psiquiátricos (demência, ansiedade, depressão, stress pós-traumático)
- Uso de drogas
- Privação de sono (voluntária ou não)
Sinais e sintomas de Hipersonolência
Quando falamos de Hipersonolência, devemos distinguir entre sono a mais durante o tempo de sono usual (noite), sono que surge anormalmente durante as outras fases do dia ou ambas as situações.
Ter necessidade de dormir mais de 9 horas (ou menos de 5) por dia de forma regular, pode necessitar de investigação médica especializada.
A história familiar pode indicar um fator genético.
Se uma pessoa usualmente dorme cerca de 7-8 horas durante a noite e passa a dormir 10-12 horas é importante despistar possíveis causas. Outras indivíduos há que desde sempre precisaram de dormir mais de 9 h por dia.
Nem sempre a hipersónia é descrita pelo paciente como tal pois não é dada importância ao cansaço, dificuldade em acordar, falta de energia, falta de concentração, irritabilidade fácil, entre outros sintomas.
Alguns pacientes não referem Hipersonolência porque não têm possibilidade de dormir ou manter o sono, por razões alheias à sua vontade (profissionais ou outras).
Quando consultar o especialista de sono
É importante não sobrevalorizar um episódio isolado de sensação de sono a mais, mas na dúvida será preferível pedir uma opinião a quem tem experiência em medicina do sono. Ouvir comentários e agir por opiniões de quem não sabe pode trazer problemas, por vezes graves, principalmente quando se usa medicação inapropriada.
Tratamento da hipersónia
Como em qualquer tratamento de um distúrbio num paciente, a regra fundamental é “tratar as pessoas e não tratar as doenças”; isto é, os mesmos sinais e sintomas em pessoas diferentes, podem ter também causas diferentes e como tal abordagens de tratamento distintas.
Podem ser necessários exames analíticos, exames imagiológicos e estudos do sono noturno e diurno.
Dependendo do diagnóstico final, que nem sempre é evidente, tentar-se-á uma abordagem o mais natural possível, tratando-se se possível as causas, melhorando a higiene do sono e revendo a medicação em uso. A prescrição de medicamentos que promovam o alerta poderá estar indicada se de todo não encontrarmos alternativas.
